Austeridade
AUTOR: Mark Blyth
TÍTULO: Austeridade : a história de uma ideia perigosa
COTA: E/641-BC
EDITOR: Quetzal
ANO: 2013
RESUMO: Hoje em dia, tanto na Europa como nos Estados Unidos, criticam-se os gastos do Estado como se a causa da deterioração da economia fossem
apenas o desperdício e a irresponsabilidade dos governos. E para a solução da crise financeira, implementaram-se políticas draconianas de corte
orçamental como uma espécie de castigo sobre os cidadãos, que são acusados de terem vivido acima dos seus meios e possibilidades - e que agora
terão de "apertar o cinto". Esta visão esquece - muito convenientemente - a origem do endividamento, que não foi a orgia despesista do Estado, mas
sim o resultado direto do resgate e da recapitalização do sistema bancário. Através destas operações, a dívida privada passou a ser dívida pública, e,
enquanto os verdadeiros responsáveis deste processo saem impunes, o Estado arca com a culpa e os contribuintes carregam o fardo do aumento de
impostos, do desemprego e da perda de direitos fundamentais. Para o economista e professor Mark Blyth, autor deste livro, a viragem global para
as políticas de austeridade é uma ideia muito perigosa. Em primeiro lugar, não funciona. Como os últimos quatro anos e exemplos históricos do
último século o demonstram, a tentativa do Estado em conter a despesa barrando os caminhos do crescimento até pode ter algum resultado
prático, mas nunca quando todos os países o praticam em simultâneo - isso só leva à recessão global. Em segundo lugar, pedir aos inocentes (os
cidadãos, os contribuintes) que paguem pelos erros dos culpados (os Estados, os grandes bancos) é sempre má política. Em terceiro lugar, a receita
da austeridade apenas enriquece os ricos, não traz prosperidade para todos, contraria o princípio da igualdade de oportunidades e só leva à
pobreza e à desigualdade social. Ou seja: estaremos dispostos a pagar o custo da austeridade?